Ano após ano a tradição se repete: chega dezembro e com ele a corrida (sempre em cima da hora) atrás dos presentes e lembrancinhas de Natal para distribuir para as crianças, nas confraternizações, no tradicional amigo oculto da firma ou no dia da ceia em família. Para os miúdos, que ainda acreditam na magia do Papai Noel e suas renas voadoras, o Natal tem um sabor ainda mais especial: escrever cartinha, esperar ansiosamente os presentes “brotarem” no pé da árvore e toda aquela ansiedade gostosa que quem já foi criança conhece bem!
Presentear as pessoas que amamos e que são importantes para nós é muito gratificante. Essa atitude tem muito mais a ver com o ato de “pensar no outro” do que com o presente em si. Por isso, que tal aproveitar esse clima presenteador para levantar algumas reflexões importantes?
- Quando você escolhe um presente, se preocupa com a durabilidade dele?
- Você costuma buscar produtos sustentáveis para presentear?
- Já pensou em substituir lembrancinhas sem muito sentido por presentes mais úteis?
- Conhece o conceito de presente-experiência?

Essas reflexões não têm o intuito de “ditar regras de comportamento”. É apenas um exercício interessante para avaliarmos se em meio a tanta correria e obrigações, estamos lembrando do real sentido de presentear ou apenas agindo no automático e perdendo a parte mais legal do processo!
Por que presenteamos as pessoas no Natal?
Muita gente pode não saber, mas o hábito de dar presentes nessa data tem origem numa tradição religiosa. Segundo a religião católica, os três reis magos presentearam Jesus quando ele nasceu. Baltazar, Belchior e Gaspar levaram ouro, mirra e incenso para o recém nascido e cada presente tinha um significado:
O ouro era para simbolizar as riquezas da realeza e a proteção de Deus; 
A mirra em óleo foi ofertada para fazer a limpeza do corpo e proteger contra doenças;
O incenso tinha o intuito de levar proteção, através da crença, da fé e da oração.
Não se sabe ao certo quando surgiu de fato a tradição natalina dos presentes, mas foi o Papa Libério que a oficializou, em 354 d.C. Além dos três reis magos, existe também a história de Nicolau, um bispo que viveu no século IV e costumava presentear crianças de famílias carentes no Natal, ele também jogava saquinhos de moedas pelas chaminés das casas, o que teria dado origem ao conhecido “Papai Noel”.
Presentes duráveis e sustentáveis
A cultura da “lembrancinha” nos faz comprar muitos itens por impulso, sem pensar sobre a utilidade, durabilidade ou mesmo sustentabilidade de cada produto. Apesar da boa intenção, acabamos investindo nosso dinheiro em itens quase descartáveis, que por conta da baixa qualidade, acabam não durando muito. 
Claro que, às vezes, as crianças pedem algum brinquedo específico e está tudo certo! Podemos atender a um desejo dos pequenos, mas quando estimulamos desde a infância uma outra forma de nos relacionarmos com os bens materiais e até um novo jeito de “presentear” isso acontece de forma natural. Nenhuma criança nasce consumista. Esse comportamento vai se moldando pela sociedade, pelo estímulo das propagandas e também pelo estilo de vida da família.
Mas afinal, o que seria um presente sustentável? Podemos pensar nessa questão de algumas formas diferentes. O presente sustentável é aquele que é fabricado por uma empresa que adota práticas responsáveis em sua produção, com cuidados que vão desde a matéria prima até a mão de obra. Entretanto, também é sustentável nos preocuparmos com presentes que vão durar por muitos anos, sendo utilizados em sua totalidade, passando de irmãos para irmãos (ou primos, amigos). Ou seja, também é sustentável pensar na durabilidade/utilidade de um item.
Vamos ver alguns exemplos?
- Brinquedos educativos de madeira: a durabilidade da madeira é alta, eles são divertidos, ajudam no desenvolvimento cognitivo e podem ser passados até de pai para filho!
- Livros: além de toda parte lúdica e de estímulo ao hábito da leitura, os livros também duram por gerações e trazem consigo uma carga emocional super importante. Imagina ler junto com seu filho um livro que fez parte da sua infância? Muito legal, né?
Roupas de cama: as roupas de cama decoram o quarto, são aconchegantes e, de quebra, super duráveis. Algumas pessoas guardam seus lençóis e mantinhas de bebê para usar com os filhos, como uma peça cheia de carinho e significado.
Tapetes de brincar: podem ser usados no quarto, na rua, num piquenique e até na praia, com bebês ou crianças maiores e, além das muitas utilidades, tem uma durabilidade ótima quando confeccionados com material de qualidade.
Presente-experiência, conhece esse conceito?
A ideia de um presente-experiência vem se popularizando nos últimos anos. É uma vertente que busca tirar o foco consumista de datas simbólicas, como Natal, Dia das Crianças, Dias das Mães etc. Ou seja, é muito mais importante a experiência que vamos viver nesses dias, as lembranças que vamos construir, do que o presente em si. 

Muitas vezes as famílias não conseguem comprar presentes e ainda sair para fazer um passeio ou viagem em família. O presente-experiência ressalta que é mais importante esse tempo de qualidade que passamos juntos, fazendo algo pela primeira vez ou indo a um lugar que a criança queria muito conhecer, do que o bem material. A ideia é substituir os tradicionais presentinhos por uma bagunça gostosa, cheia de risadas e diversão, coisas que vão ficar guardadas no coração e na memória de todos. Em casos de viagens em família, não esqueça de levar seus saquinhos para organizar a mala!
É sempre tempo de fazer uma reflexão!
Mesmo que você nunca tenha pensado dessa forma, Natal é uma época boa para fazermos algumas reflexões que podem trazer mudanças e novas perspectivas de vida. Por mais que possa parecer difícil mudar certos hábitos, é possível transformar nossas atitudes pouco a pouco. Nenhuma mudança é imediata, mas elas sempre começam com um primeiro passo!

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